O que é o Conceito Sohier e a Fisioterapia Articular Analítica?

O Conceito Sohier é um método de tratamento manual que utiliza a Fisioterapia Articular Analítica para garantir a estabilidade de nosso sistema osteo articular. Uma visão completa sobre a máquina humana entendendo de forma correta as patologias de origem mecânica.

O conceito foi desenvolvido em 1947, na Bélgica, por Raymond Sohier, com o reumatologista Dr Max Ruelle.

Max Ruelle foi o primeiro a constatar que não existia apenas um tipo de coxartrose, mas sim, dois tipos: a coxartrose expulsiva (GA) ou a coxartrose penetrante (GP).

Imagem 1: GP e GA. (Reprodução internet)

Raymond Sohier, fisioterapeuta da mesma equipe, observou então, que os indivíduos de cada tipo de coxartrose tinham características distintas. Assim, surgia a Fisioterapia Articular Analítica e o Concept R. SOHIER, ou Conceito Sohier.

Imagem 2: Coxoartrose Penetrante e Coxoartrose Expulsiva (Reprodução internet)

Após anos de pesquisas, Sohier descobriu que o bom rendimento de uma articulação não é sinônimo de boa saúde tissular. Isso significa que o movimento, mesmo se for ré educacional, não oferece jamais a possibilidade de corrigir uma lesão articular.

O movimento não apresenta fundamentalmente nenhuma eficácia terapêutica, ele não possui essa propriedade. Na verdade, ele vai se adaptar a essa lesão.

Na Fisioterapia Analítica, pela rearmonização articular, o fisioterapeuta vai poder modificar e influenciar de maneira favorável os equilíbrios biológicos dos tecidos articulares e periarticulares.

Quando as informações artroceptivas estão perturbadas, contraturas musculares de estabilização irão surgir, até que a correção articular seja reestabelecida. Essa observação nos permite compreender a importância das técnicas de reposicionamento semelhantes e o realinhamento dos centros instantâneos.

Recentralizando as superfícies articulares, elas vão suprimir os componentes de pinçamento e, consequentemente, permitirão a estabilidade articular (boa função articular), bem como, o desaparecimento das contraturas e estabilização artroceptiva.

A fisioterapia sai da visão antiga dos movimentos para analisar os efeitos bio ou patomecânicos. Não trata mais aquilo que ela vê, mas sim, o que provoca aquilo que se vê. A procura da “lesão” deverá, portanto, definir as diferentes variáveis que conduzem a um ritmo biológico mecanogênico adequado; a uma estimulação dinâmica coerente dos diferentes tecidos, que se distingue das deteriorações estruturais consecutivas a uma função incorreta.

Nosso trabalho não se encontra mais no estado de uma fisioterapia de conforto, unicamente suscetível de melhorar o rendimento funcional de um paciente e reduzir seu nível álgico.

Pela rearmonização biomecânica, podemos agir positivamente sobre a qualidade da estimulação celular mecanogênica dos tecidos articulares e periarticulares. Também, toma para si o direito de utilizar as necessidades celulares a seu proveito e, sobretudo, em proveito dos pacientes.

A particularidade essencial do tecido vivo é a capacidade de se reconstruir por ele mesmo, de assegurar sua homeostase. Uma célula substituirá uma outra célula que lhe será similar, isto assegura a estabilidade estrutural do nosso sistema osteo articular.

O trofismo desse tecido depende de numerosos fatores, mas a estimulação dinâmica constitui uma obrigação biológica fundamental. Sem a estimulação dinâmica coerente, não existe uma renovação celular correta.

Serão, portanto, as células dos nossos tecidos que julgarão as forças transitando e assegurarão a homeostase de nossa máquina humana. Se as atividades celulares são corretas, elas manterão a forma, a densidade, o volume e a qualidade da estrutura que elas compõem.

Se as atividades celulares são incorretas, então, o ritmo de degradação vai permitir a artrose e lentamente iniciar seu efeito destrutivo. Toda lesão de uma articulação ou da sua interlinha articular perturbam imediatamente os equilíbrios biológicos dos tecidos que ele compõe.

Por meio do Conceito de Sohier é possível fazer uma análise e avaliação sobre as necessidades terapêuticas individuais de cada paciente a partir de sua Predominância Funcional, (ou GA ou GP).

Partindo desse princípio, será possível traçar as estratégias de tratamento, tornando-se o conceito Sohier uma ferramenta eficaz para o fisioterapeuta, que pode tratar patologias como:

  • Artrose
  • Tendinites
  • Peri artrite
  • Epicondilites
  • Epifísites
  • Coxartrose
  • Gonartrose
  • Hérnias discais
  • Hérnia de Schmörl
  • Escolioses
  • Hipercifose
  • Hiperlordose
  • Metatarsalgia
  • Fasciíte plantar
  • Síndrome túnel do carpo
  • Entorse
  • Disfunções das articulações sacro ilíacas
  • Alterações da ATM.

Com um olhar no tratamento que visa a qualidade do movimento, a aplicação do conceito consiste em localizar a lesão desencadeando a patologia do paciente, para isso, são realizados testes manuais denominado teste de Barreira Motriz.

Esses testes indicam ao terapeuta qual é a lesão articular e em qual plano do espaço a correção manual deverá analiticamente ser efetuada, por fim, corrigir seletivamente cada lesão, sem forçar a articulação. As correções são passivas, sempre suaves e sem dor.

Pela normalização das Interlinhas Articulares perturbadas, a articulação recupera a Artrocepção, Barocepção e Propriocepção, resultando em relaxamento capsulo ligamentar e muscular. Assim, nossas articulações voltam a funcionar seguindo nossas programações genéticas, melhorando efetivamente o movimento.

Saiba mais sobre a Fisioterapia Analítica no vídeo abaixo. Um depoimento de Richard Biton, Fisioterapeuta responsável por ministrar os cursos do Conceito Sohier no Brasil.

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